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sábado, 30 de janeiro de 2010

Phoneutria nigriventer, vista de outro ângulo

Phoneutria nigriventer (jovem macho)

O gênero Phoneutria é composto atualmente por 8 espécies, todas com peçonha altamente tóxica, por isso são consideradas aranhas de importância médica. O gênero se distribui amplamente na região tropical da América central e principalmente na América do Sul, no Brasil ocorre em todas as regiões, sendo que aqui na Amazônia ocorrem quatro espécies P. boliviensis, P. fera, P. reidyi e P. nigriventer, nesta última quarta feira, encontrei uma Phoneutria nigriventer jovem, que ao primeiro contato não demonstrou agressividade e mesmo após coletada e transportada não demostrou agressividade, é um animal extremamente rápido e tem uma visão muito boa, tive muito trabalho para fotografar este animal, não por ser agressivo, mas sim por ser extremamente ágil, e também pelo meu medo (confesso fiquei com medo), mas ao contrário do que eu pensava o animal não tentou nenhuma vez me atacar, apesar deste animal ter a fama de “Fera das Florestas” não foi diferente dos demais Ctenídeos que eu já encontrei,O que na minha opinião faz a diferença em ser ou não atacado é o respeito de demonstramos ao animal e isso não vale apenas para as Phoneutrias ou outras aranhas, mas para qualquer animal, serpentes e outros répteis também são julgados por muitos como animais traiçoeiros, mas se esquecem que geralmente os acidentes acontecem quando não respeitamos os limites destes animais.


Phoneutria nigriventer (jovem macho)

Mostrar o lado bonito de um animal temido e vítima de preconceito não é fácil, alias é a tarefa mais difícil, pois a beleza é algo subjetivo e relativo, o que é bonito para alguns pode ser desprezível para outros, no entanto pode-se mostrar o animal de uma forma diferente do que geralmente é visto, em uma pesquisa no Google não é difícil encontrar fotos da Phoneutria só que na maioria destas fotos o animal está em posição de ataque, ou seja, a maioria das fotos mostram o lado agressivo do animal, com isso as pessoas vão criando uma visão errada de como é o animal.


Phoneutria nigriventer (jovem macho)

Estes animais são considerados por muitos o terror das florestas tropicais, chegaram a figurar no Guinness World Records, em 2007 como as aranhas do “veneno” mais tóxico do mundo e responsável pela morte de mais pessoas que foram picadas, mas não é só por isso que merece o nosso respeito!!!


quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Regras de Pronúncia do Latim para os Nomes Científicos

Bem pessoal, eu andei pesquisando sobre as regras do latim, e fiz uma relação com as espécies de carangas e relacionei com as regras do latim, creio que a maioria dos criadores aqui já saibam como pronunciar corretamente os nomes científicos, porém, os mais novos no hobby podem não saber, e tão importante quanto escrever corretamente é pronunciar corretamente!

No latim, temos algumas regrinhas básicas na hora da pronúncia:

A letra Y se pronuncia como I:
Avicularia aymara = Aviculária aimára
Cyriopagopus paganus = Ciriopagópus pagánus
Lyrognathus saltator = Lirognatus saltátor
Selenogyrus africanus = Selenoguirus africânus
Hysterocrates didymus = Isterocrates didímus

O encontro consonantal CH se pronuncia como K:
Tapinauchenius plumipes = Tapinaukênius plumípes
Chilobrachys tschankoensis = Kilobrákis bícolor
Brachypelma schroederi = Brakipélma skredéri
Grammostola pulchra = Grammôstola púlkra
Pachistopelma concolor = Pakistopélma cóncolor
Chromatopelma cyaneopubescens = Kromatopélma cianeopubéscens
Pterinochilus vorax = Pterinokílus voráks

A letra G se pronuncia como G antes de A, O, U e como GU antes de E ou I:
Hysterocrates gigas = Isterocrates guígas
Augacephalus junodi = Augacéfalus iunódi
Holothele longipes = Olotele longuípes
Haplopelma salangense = Aplopélma salanguénse
Ceratogyrus darlingi = Ceratoguirus darlíngui

A letra X se pronuncia como CS ou KS (neste caso a pronúncia é quase a mesma):
Oligoxystre auratum = Oligoksistre aurátum
Thrixopelma cyaneolum = Triksopelma cianélum
Xenesthis monstrosa = Csenestis monstróza
Aphonopelma xanthochromum = Afonopélma csantokrómum

Os encontros vocálicos OE e AE são sempre pronunciados como E aberto:
Trichognathella schoenlandi = Trikognatella skenlándi
Holothele shoemakeri = Olotéle shemákeri
Poecilotheria regalis = Pecilotéria regális
Psalmopoeus pulcher = Psalmopêus púlker
Grammostola doeringi = Grammôstola deríngui
Sphaerobothria hoffmanni = Sferobotria offmâni
Plesiophrictus meghalayaensis = Pleziofríctus megaláiensis
Chaetopelma concolor = Ketopélma cóncolor
Grammostola actaeon = Grammôstola actéon
Vitalius paranaensis = Vitálius paranénsis

O encontro consonantal PH sempre se pronuncia como F:
Aphonopelma phasmus = Afonopélma fásmus
Cyrtopholis bryantae = Cirtofolis briante
Ephebopus cyanognathus = Efebópus cianognátus
Eumenophorus murphyorum = Eumenofórus murfiórum
Phoneyusa elephantiasis = Foneiúza elefancíasis

A sílaba TI seguida de vogal se pronuncia CI:
Lasiodora curtior = Laziodôra cúrcior
Plesiopelma semiaurantiacum = Pleziopélma semiauranciácum
Avicularia aurantiaca = Aviculária auranciáca
Aphonopelma cratium = Afonopélma crácium

A letra S entre vogais se pronuncia como Z, e precedida de consoante como SS:
Avicularia caesia = Aviculária cézia
Heterothele villosella = Eterotele villozélla
Poecilotheria formosa = Pecilotéria formóza
Lasiodora isabellina = Laziodôra izabellína
Avicularia versicolor = Aviculária verssícolor
Avicularia braunshaunseni = Aviculária braunssaunsseni
Nhandu carapoensis = Nándu carapoénssis
Phormictopus brasiliensis = Formictópus brasiliênssis

A letra H é sempre muda, salvo se vier precedida de P ou C:
Nhandu coloratovillosus = Nándu coloratovillózus
Hemirrhagus nahuanus = Emirrágus nauánus
Hapalotremus cyclothorax = Apalotrémus ciclotoráks
Euathlus pulcherrimaklaasi = Euátlus pulkerrimaklazi
Citharacanthus niger = Citaracántus níger

A letra J tem sempre som de I:

Plesiophrictus raja = Plesiofrictus ráia

Phormictopus jonai = Formictopus ionái

Hysterocrates sjostedti = Isterocrates siostéti

Augacephalus junodi = Augacefalus iunódi


O encontro das letras TI precedido por S, X, T, continua sendo pronunciado como TI:
Hemirrhagus elliotti = Emirragus elliotti
Lasiodora cryptostigma = Lasiodora criptostígma

O sufixo OIDES pronuncia-se como OÍDES:
Acanthoscurria theraphosoides = Acantoscurria terafosoídes

Quanto a Acentuação

No latim, apenas a penúltima e antepenúltima sílaba levam acentuação tônica, ou seja, palavras paroxítonas e proparoxítonas.

Como localizar a sílaba tônica em palavras de mais de duas sílabas

A sílaba que serve de base para localizar a tônica é sempre a penúltima, sendo assim:

Se a vogal dessa sílaba for seguida de X ou Z ou de duas consoantes a tônica será nesta mesma sílaba.
Aphonopelma anax = Afonopélma anáks
Aphonopelma mordax = Afonopélma mordáks
Sericopelma fallax = Sericopélma falláks
Acanthoscurria convexa = Acantoscúrria convéksa
Selenocosmia imbellis = Selenocósmia imbéllis

Se na penúltima sílaba houver ditongo a tônica estará também nesta sílaba.
Cyrtopholis bartholomaei = Cirtófolis bartoloméi

Se a vogal da penúltima sílaba for seguida de outra vogal, o acento tônico estará na antepenúltima.
Avicularia purpurea = Aviculária purpúrea
Holothele sericea = Olothele seríce
Paraphysa riparia = Parafiza ripária

Nos compostos de COLOR o acento estará na antepenúltima.
color, díscolor, trícolor, cóncolor, unícolor, etc.

O sufixo INUS das palavras latinas deverão ser pronunciados como paroxítonas.
matutína, velutína, tigrínum, lilacínus.

O I pode influenciar na acentuação quando estiver na penúltima sílaba, a palavra será uma proparoxítona.
Selenocosmia orophila = Selenocósmia orófila

Descoberta em Israel maior espécie de aranha do Oriente Médio



Pesquisadores da Universidade de Haifa, em Israel, divulgaram nesta terça-feira imagens de uma nova espécie de aranha descoberta nas dunas da região de Arava por uma equipe Departamento de Biologia da instituição. As informações são da agência EFE.
A nova aranha, da mesma família que as Cerbalus Genus, foi batizada de Cerbalus Aravensis em homenagem à região onde foi descoberta. Segundo os biólogos, suas pernas podem atingir 14 centímetros tornando-a a maior aranha do Oriente Médio.


A Cerbalus Aravensis tem hábitos noturnos e é mais ativa nos meses mais quentes. Ela vive enterrada na areia onde constrói uma porta para entrar e sair.
Embora recém descoberta, a espécie já se encontra em risco de extinção, pois seu habitat natural está em perigo. As dunas de Arava foram reduzidas de 7 km² para apenas cerca de 3 km² quadrados atualmente.

fontes:




VINI CHRIST

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Pachistopelma rufonigrum Pocock, 1901



E aí galera blz!!!? Tomara que sim rsrsrs!!! Bom, recentemente fui presenteado pelo brother Vini-christ com um belo exemplar de Pachistopelma rufonigrum. Valeu Brother.... AHB na veia, é noix dia 16!


Bom, voltando ao assunto, mesmo antes de possuir a sp já achava fascinante os hábitos de tal aranha, sua dependência pelas bromélias e suas adaptações morfológicas únicas em toda a família Theraphosidae! OBS:Também sou fã de bromélias. Bom vou mandar um Care Sheet sobre a sp, as informações são baseadas em trabalhos de Dias e Brescovitt e observações pessoais, espero que gostem e que venha a servir para ajudar na manutenção de quem possui a sp.


Pachistopelma rufonigrum Pocock, 1901

(sinonímias = Avicularia pulchra Mello-Leitão, 1933 / Avicularia recifiensis Strunchen & Brändle, 1996.)


O gênero Pachistopelma pertence à subfamília Aviculariinae, sendo composto por duas espécies Pachistopelma rufonigrum nativa do nordeste do Brasil e Pachistopelma concolor proveniente da Guiana (Dias; Brescovit, 2003). Atingem tamanho médio, 4 cm de corpo e aproximadamente 10 cm de comprimento total. Ocorre dimorfimso sexual, sendo os machos menores que as fêmeas.



Observa-se também nos machos a presença de cerdas urticantes do tipo II, essas cerdas são ausentes nas fêmeas (Bertani, 2002).


Vivem durante toda o ciclo de vida em bromélias, sobretudo as dos gêneros Aechmea e Hohenbergia, em visitas de campo realizadas por Dias e Brescovit (2003) as aranhas não foram encontradas em nenhuma outra planta que não fosse uma bromélia, sendo que a maior locomoção constatada em um individuo forrageando foi de 30 cm. Assim, os pesquisadores chegaram à conclusão que as mudanças morfológicas apresentadas pela espécie tais como o tubérculo ocular baixo e o corpo achatado indicam que P. rufonigrum evoluiu para viver apenas em bromélias.


A espécie apresenta mudanças ontogenéticas no seu padrão de coloração. Os lings após eclodirem dos ovos são azulados, com nuances metálicas. Os juvenis passam a possuir uma listra negra na região central do dorso do abdômen disposta no sentido vertical e três listras negras no dorso do abdômen dispostas horizontalmente. Os adultos são totalmente negros. Acredita-se que a diferença na coloração entre indivíduos de instares diferentes dentro de uma mesma espécie seja uma estratégia para se evitar a competição intraespecífica (Dias, 2003).




CARE SHEET.


O ling chegou com aproximadamente 2,5 cm, a principio o mantive em um recipiente cilíndrico de aproximadamente 10 cm de diâmetro, ficou nesse recipiente até realizar a primeira ecdise aqui em casa, após essa ecdise o individuo passou de 2,5 para aproximadamente 4,5 cm e sua coloração mudou. Nesse instar o transportei para um terrário apropriado com as dimensões de 20 cm de largura por 40 cm de comprimento e 50 cm de altura. Tentei manter o interior do recinto o mais fiel possível ao ambiente natural da espécie, logicamente fui obrigado a plantar uma bromélia do gênero Aechmea. Esse gênero é facilmente encontrado em floriculturas.



Fiquei com certo peso na consciência de não ter posto ela logo no principio em um ambiente com uma bromélia, já que esta espécie passa todo seu ciclo de vida na planta, e esse peso aumentou ainda mais quando a coloquei no terrário, pois pude testemunhar o qual adaptadas essas aranhas são as bromeliáceas.


Ao introduzi-la no terrário coloquei-a propositalmente um tanto quanto longe da bromélia, ela passeou por aproximadamente 40 minutos procurando algum lugar para tecer e construir sua toca, e só parou quando se deparou com a bromélia. Desde então não saiu nem um segundo da planta, estabeleceu sua toca entre as folhas que formam o reservatório central de água, teceu um emaranhado de teia e ficou naquela posição típica das Avicularinae, com os membros posteriores esticados para trás e os membros dianteiros esticados para frente.


Alimenta-la é relativamente simples, basta jogar o inseto no interior do reservatório que ela prontamente ataca..... e por sinal que ataque.... mesmo quando os insetos caem na água que fica alojada na bromélia ela consegue apanhar a presa, se o interior esta cheio ela mergulha suas quelíceras e palpos na água para apanhar o alimento. É voraz e raramente nega alimento.


A umidade mantenho baixa, já que se trata de um animal que habita áreas de restinga e caatinga, portanto, apenas molho as plantas borrifando pouca água de dois em dois dias, a iluminação do interior do terrário ajuda a manter o calor.



Até o momento tenho me divertindo muito observando a espécie, trata-se de uma aranha de hábitos muito atraentes, aquisição obrigatória para hobbistas que desejam observar comportamentos interesantes.


Quer saber mais?! Clica nos links abaixo!


Notes on the behavior of Pachistopelma rufonigrum Pocock (Araneae, Theraphosidae, Aviculariinae). Sidclay Calaça Dias; Antonio Domingos Brescovit.

http://www.scielo.br/pdf/rbzool/v20n1/v20n1a04.pdf


Color pattern changes in Pachistopelma rufonigrum Pocock (Araneae, Theraphosidae)

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-81752004000100025&script=sci_arttext


[chel.jpg]por Theraphosidae

Partenogenese em aranhas! Sera?








Depois da aranha vegetariana, é bem possível que pesquisadores tenha descoberto uma aranha partenogenica. Interessante é que essa espécie alem de se tratar de uma provável aranha partenogenica é a menor aranha da Europa. Endêmica de algumas grutas de Sesimbra em Portugal a espécie Anapistula ataecina pertence a família Symphytognathidae, a hipótese evolucionária para explicar a especiação dessa aranha é que estas tenham vindo a se abrigar fugindo de baixas temperaturas em grutas, e lá tenham se diferenciado na espécie atual.

Mais informações?! clica nos links

www.naturdata.com

First record of the spider family Symphytognathidae in Europe and description of Anapistula ataecina sp. n. (Araneae)

[chel.jpg]por Theraphosidae

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Cerdas urticantes

Extraído de:
http://dedalus.usp.br:4500/ALEPH/POR/USP/USP/TES/FULL/1258017

Morfologia e evolução das cerdas urticantes em Theraphosidae (Araneae).
Rogério Bertani.
São Paulo, 2002.

Resumo.

Foi realizado estudo comparativo com cerdas urticantes de aranhas da família Theraphosidae, com o objetivo de estudar a variabilidade morfológica individual, intraespecífica e interespecífica em número representativo de espécies; assim como detectar possíveis padrões de distribuição dos diferentes tipos de cerdas quanto à sua posição no abdome das aranhas. Para isso, foram examinados 188 espécimes de 59 espécies pertencentes a 42 gêneros de Theraphosidae. Ao mesmo tempo, foi realizada análise cladística com o objetivo de confrontar os resultados obtidos e formular hipóteses de evolução das cerdas urticantes. Posteriormente, os resultados foram comparados com dados biológicos sobre a utilização das cerdas urticantes.

O estudo da variação do comprimento das cerdas nos indivíduos foi realizada através da medição de cerdas retiradas de pelo menos 6 pontos diferentes do abdome de 3 espécies: Vitalius sorocabae, Grammostola acteon e Avicularia avicularia. Tanto em Vitalius sorocabae quanto em Gramostola acteon as cerdas de maior comprimento foram encontradas nas regiões média posterior do abdome. Em Avicularia avicularia as cerdas urticantes se distribuiram de forma homogênea pelo abdome. Foi detectado dimorfismo sexual quanto ao comprimento das cerdas urticantes. Machos sempre possuem cerdas significativamente mais longas do que fêmeas, independentemente da espécie ou subfamília à qual pertençam. Isto talvez se deva ao fato deles pertencerem mais tempo expostos aos predadores durante a época de acasalamento. Cerdas mais longas causam reações urticantes mais intensas, sendo mais eficientes contra predadores vertebrados do que cerdas mais curtas.

Existe grande variação morfológica nas cerdas do tipo I, III e IV.Intermediários entre os tipos I e III ou III e IV foram encontrados nos mesmos indivíduos.

O tipo I pode ser caracterizado pela presença de uma região com farpas reversas, enquanto que o tipo IV caracteriza-se por ser muito curto, fortemente curvado e possuir as farpas orientadas para o lado convexo da cerda. Algumas cerdas apresentaram modificações morfológicas especiais, constituindo apomorfias para alguns gêneros ou espécies.

Quando dois tipos morfológicos de cerdas urticantes foram encontrados no mesmo indivíduo, estes tipos estavam segregados a áreas distintas no abdome. Nesses casos, existiu pouca variação intraespecífica e grande variação interespecífica, principalmente em espécies que apresentavam cerdas dos tipos III e IV. Em algumas espécies os machos possuiam os tipos I e III e as fêmeas somente o tipo I.

Em Pachistopelma rufonigrum (Aviculariinae) também foi detectado dimorfismo sexual. As cerdas urticantes do tipo II estavam presentes em imaturos e machos adultos, porém desapareciam em fêmeas adultas. Não foi detectada variação intraespecífica significante quanto ao comprimento, tipo de cerda presente e distribuição no abdome, em adultos. Isso sugere que essas estruturas possam ser utilizadas satisfatóriamente na sistemática de Theraphosidae. É sugerido que as cerdas urticantes dos tipos I e III, as quais estão presentes em regiões distintas do abdome em muitas espécies, sejam utilizadas contra diferentes predadores. As cerdas longas do tipo III, presentes nas regiões média e média posterior do abdome, seriam utilizadas ativamente pela aranha, a qual lançaria essas cerdas através do atrito das pernas posteriores contra o abdome. Os alvos seriam predadores vertebrados. As cerdas mais curtas do tipo I, presentes nas regiões anteriores e laterais anteriores do abdome, seriam utilizadas passivamente através da incorporação em teias de muda e na parede de ootecas. Os alvos seriam predadores invertebrados, principalmente larvas de dípteros da família Phoridae. A cerda do tipo I é provavelmente uma modificação da cerda do tipo III, na qual uma região de farpas reversas teria surgido. Quando uma larva de forídeo entra em contato com uma teia de muda ou parede de ooteca na qual existam cerdas do tipo I incorporadas, a larva pode ser perfurada pela extremidade perfurante da cerda até a região compreendendo a área de farpas principais. Com isso, a região com farpas reversas fica exposta e acaba entrando em contato com fios de seda, podendo neles se fixar. Dessa forma, a cerda acaba se prendendo com uma extemidade à larva e com a outra aos fios de seda e, portanto, dificultando os movimentos da larva.

As cerdas do tipo I são retiradas do abdome pela aranha em conjunto com muitas cerdas de revestimento longas, as quais possuem uma região basal helicoidal que envolve as cerdas urticantes. Essas cerdas provavelmente auxiliam na remoção das cerdas urticantes, e na sua deposição sobre as teias de muda ou na parede das ootecas. Cerdas urticantes são homônomos das cerdas de revestimento. Ou seja, são modificações dessas estruturas múltiplas em áreas restritas do abdome. O encontro de intermediários morfológicos entre cerdas de revestimento e cerdas urticantes dos tipos II e III reforça essa hipótese. Cerdas urticantes do tipo IV podem ser apenas uma variação de cerdas do tipo III, não constituindo tipo morfológico bem definido e com função específica. Isso não impede, no entanto, sua utilização na sistemática de Theraphosidae, uma vez que está visivelmente presente em algumas espécies e ausente em outras. A análise cladística foi realizada utilizando-se três pacotes de programas cladísticos, sem a utilização de pesos, ou com a utilização de pesagens sucessiva e implícita. Os consensos estritos dos oito cladogramas obtidos foram comparados e discutidos. O cladograma melhor resolvido, com comprimento de 591 passos, índice de consistência de 0,79 e índice de retenção de 0,95 foi obtido com o programa Hennig 86 utilizando-se os algoritmos mh*, bb* e pesagem sucessiva, o qual é expresso a seguir em linguagem parentética: (Oligoxystre sp.) (Pterinochilus sp. + Ceratogyrus sp.) (Iridopelma hirsutum) (Pachistopelma rufonigrum + Avicularia avicularia + Avicularia juruensis + Avicularia versicolor) (Ephebopus murinus + Ephebopus uatuman) (Psalmopoeus sp.+Tapinauchenius sp.) (Selenocosmia sp.) (Haplopelma sp. + Poecilotheria sp.) (Stromatopelma sp.+ Heteroscodra maculata) (Hysterocrates sp. + Citharischius crawshayi) (Euathlus truculentus) (Euathlus vulpinus, Paraphysa horrida (Tmesiphantes nurbilus) (Grammostola acteon + Grammostola longimana + Grammostola rosea) (Homoeomma montanum + Homoeomma brasilianum) (Hapalopus sp. (Cyriocosmus Bertae + Cyriocosmus chicoi)(Plesiopelma insulare + Plesiopelma semiaurantiacum) ((Aphonopelma semani + Sphaerobothria hoffmani) (Phormictopus cancerides(Acanthoscurria sternalis) (Acanthoscurria atrox + Acanthoscurria rondoniae) (Eupalaestrus campestratus) (Proshapalopus anomalus + Proshapalopus multicuspidatus) (Lasiodora sp.) (Vitalius sorocabae + Vitalius wacketi + Vitalius vellutinus) (Nhandu carapoensis) (Nhandu cerradensis + Nhandu coloratovillosus) (Pamphobeteus nigricolor + Pamphobeteus antinous + Xenesthis immanis) (Brachypelma emilia + Branchypelma smithi + Branchypelma bohemei + Branchypelma Klaasi) (Theraphosa blondi + Theraphosa apophysis) (Megaphobema robustum + Megaphobema mesomelas + Sericopelma sp.). Os cladogramas obtidos para a família Theraphosidae confirmam a homologia secundária da série de transformação-cerda de revestimento / cerda tipo III e IV / cerda tipo I. Confirma ainda o aparecimento independente de cerdas urticantes nos gêneros Avicularia, Pachistopelma e Iridopelma (Aviculariinae)(Tipo II) e em Ephebopus (Aviculariinae) (tipo V). Portanto, cerdas urticantes surgiram independentemente três vezes em Theraphosidae, todas na fauna americana. Além disso, confirma que a presença de cerdas do tipo II modificadas em Avicularia versicolor, as quais podem ser lançadas ao ar e não introduzidas pelo contato, como acontece com outras espécies do gênero, é claramente uma convergência morfológica e comportamental com aranhas da subfamília Theraphosinae.

[chel.jpg]por Theraphosidae

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Momento conhecimento 4

E aí cambada blz! Bom aí vai um trabalho sobre Acanthoscurria atrox.
aqui vai o link : http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=5211

artigo show, fotos otimas e informação de primeira para quem deseja reproduzir a espécie!


[chel.jpg]por Theraphosidae

Macrofotografia e Hobby

Avicularia sp (9cm) Theraphosidae

Foto feita com Canon EOS Rebel XS+EF 100mm f/2.8 Macro


Olá pessoal é muito gratificante estar participando da família AHB, e no meu primeiro post gostaria de comentar sobre um dos ramos da fotografia chamada de Macrofotografia e relacionar com o hobby, bem sabemos que a fotografia está mais que enraizada na nossa cultura, e com o advento e popularização da fotografia digital, tornando-se um útil e acessível instrumento para registrar momentos, objetos, pessoas e animais, qual o criador que nunca tirou fotos dos seus animais?


Pois bem, digo a vocês que não é necessário máquinas top de linha e lentes caríssimas para obter boas fotografias, bastando apenas conhecer seu equipamento e usá-lo da forma mais criativa, (nisso nós brasileiros somos mestres), é claro que quanto mais sofisticado seu equipamento melhores são os resultados, isso se bem utilizado.


Comecei a fotografar apenas com uma Canon EOS Rebel XS e a lente 18-55mm do kit, paguei cerca de R$ 1.800 pelo kit, (preço bem próximo ao de algumas compactas e ultra-zoom como Canon PowerShot G*, Nikon Coopix P*, Sony HX*, e por ser Reflex leva uma enorme vantagem sobre estas.


Lyssomanes viridis (macho adulto 1,5cm) Salticidae

Foto feita com Canon EOS Rebel XS+EF-s 18-55mm IS (invertida)


Como a princípio utilizava a 18-55mm, para fazer as macros eu invertia a objetiva, para isso utilizo o anel inversor que é enroscado da rosca do filtro da objetiva e acoplado à baioneta da máquina, super simples!!!


Me dedico principalmente a fazer macrofotografias de aranhas, que geralmente são tranquilas e algumas espécies ficam quietas possibilitando um foco mais preciso, mas como nada na vida é tão fácil, outras espécies não se deixam fotografar de maneira nenhuma.


Apresento agora mais algumas fotos que venho fazendo desde o início de 2008!

Menemerus bivittatus (fêmea adulta 1cm) Salticidae

Canon EOS Rebel XS+18-55mm (invertida)

Kalcerrytus sp (fêmea adulta 0,9cm) Salticidae

Canon EOS Rebel XS+18-55mm (invertida)

Vectius niger (macho adulto) Gnaphosidae

Canon EOS Rebel XS+18-55mm (invertida)

Neoctenus comossus (fêmea subadulta 1,5cm) Pisauridae

Canon EOS Rebel XS+EF 100mm f/2.8 Macro

Sempre que eu clicar novas aranhas, trarei as novidades ao AHB, até mais!!!




Por - Thiago G. Carvalho, graduando de Ciências Naturais da UFAM, Manaus AM!